Você já parou para pensar que as nossas cidades poderiam oferecer espaços naturais acessíveis para as pessoas?
Quando busco um modelo de desenvolvimento de cidades para o século XXI, encontro propostas futuristas, com prédios altos, largas avenidas e tráfego intenso. Para a maioria das pessoas, é difícil imaginar um futuro em que a prioridade não seja resolver os problemas imediatos de mobilidade e da sensação de segurança. As cidades se tornaram lugares altamente degradados, fonte de poluição atmosférica, sonora e também das águas contaminadas por resíduos tóxicos. Não é raro observarmos pessoas saindo desses grandes centros em busca de uma vida mais conectada com a natureza, sons de pássaros, ar puro e tranquilidade. Porém, a busca por pequenas e médias cidades acaba sendo uma alternativa que logo se esgota, já que a repetição do mesmo modelo de crescimento e desenvolvimento acaba gerando novamente os mesmos problemas.
Uma boa estratégia para trazer mais qualidade de vida para as nossas cidades pode estar na criação de espaços públicos que reúnem características mais naturais. A cidades do futuro podem favorecer os espaços naturais ao longo dos rios e encostas de morros, por exemplo, criando conexões com a área urbana. Poderíamos ter uma série de caminhos e trilhas, que se interligam entre si e com a cidade e que se fundem com o espaço natural. Esses espaços poderiam marcar um novo estilo de vida, onde as pessoas se aproximam da natureza para buscar experiências mais tranquilizadoras. Um ambiente que favoreça as interações humanas e a percepção de território público. E que, assim, permita o desenvolvimento pessoal pleno e o trabalho intelectual, um eixo ‘natural’ de desenvolvimento, frente a um mundo que requer soluções cada vez mais complexas.
Texto e Fotos: Walter Carlos Weingaertner