A importância das áreas de lazer interligadas
6 de fevereiro de 2018

Não é de hoje que se discute a necessidade de que os espaços de lazer sejam interligados. É importante que sejam não apenas destinados ao convívio e ao lazer dos cidadãos, abrindo espaço para a cidadania, mas também sejam espaços para a locomoção, por meio das bicicletas e caminhadas, convidando as pessoas para que se desloquem de uma parte a outra da cidade.

As margens de rios podem, por exemplo, gerar circuitos ciliares, com um roteiro de atrativos interligados por caminhos e ciclovias, revitalizando toda área, valorizando a paisagem urbana. O Brasil, com rios em abundância, poderia aproveitar muito esse potencial.

A infraestrutura desses espaços não precisa ser rebuscada e arquitetonicamente diferenciada. Na Alemanha, por exemplo, espaços como esses contam com troncos de madeira adaptados como bancos, e caminhos de cascalho ou mesmo terra batida. Mesmo com simplicidade, são muito utilizados pela comunidade.

Há outras vantagens nesse tipo de ideia. Áreas verdes são importantes locais para drenagem e escoamento de água de chuva e das cheias. Diversos estudos relacionam a presença de áreas verdes com a saúde da população. Além disso, a mobilidade ativa também combate o sedentarismo, o que resulta em mais saúde. Os caminhos alternativos para caminhadas ou ciclistas tiram, de maneira direta ou indireta, parte do tráfego de veículos motorizados. Abrem ainda espaços muito mais seguros para ciclistas do que as ciclofaixas tradicionais.

Ampliando as possibilidades de circulação de pessoas entre as áreas de lazer, também se amplia a segurança. Parques isolados são menos frequentados também por estimularem uma sensação de insegurança e intranquilidade.

São algumas das razões pelas quais nossos gestores não podem desprezar a proposta dos parques interligados. Uma aposta barata e inteligente, que trará imensos ganhos em qualidade de vida e mobilidade para os brasileiros. E quem sabe um dia não poderemos fazer como alemães, holandeses e dinamarqueses, que podem viajar, por meio de ciclovias desenvolvidas dentro desta filosofia, até outros países europeus.

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